sexta-feira, 16 de março de 2012

A que livro pertenço?


Olá meus amigos,
hoje venho colocar-vos um desafio: alguém me sabe dizer de que livro é esta passagem?

"Eram quase horas de o Tomás se ir deitar. Os pais, a avó Matilde e a tia Luísa estavam na sala a fazer um jogo de cartas.
– Ainda estás a ler, Tomás? – perguntou a mãe, desviando por momentos a atenção do jogo.
– Olha que precisas de ir dormir.
– Já vou. Ainda não tenho sono.
O jogo de cartas chegou ao fim e cada um dos adultos se levantou.
– Vou fazer chá – anunciou a tia Luísa.
– Além de ti, Matilde, alguém quer?
– Conte comigo, tia, por favor – disse o Fernando, sentando-se ao lado do filho mais velho.
– Vais tomar chá, pai?!
– E o que é que isso tem? Até gosto. Às vezes, apetece-me, sobretudo quando está frio.
O Tomás riu-se e observou em voz baixa:
- Não é por nada, mas tás mesmo a ficar bué velhote. Chá… Qualquer dia, trocas os chinelos de quarto por umas pantufas e passas a andar assim pela casa, a resmungares que já são horas de qualquer coisa e toda a gente tá atrasada menos tu…
- Vai gozando… - retorquiu o pai, sem se mostrar abespinhado.
– Pensas que vais ser jovem para sempre, não pensas? Pois estás muito enganado.
– E tu que não dissesses que eu estou enganado… Para ti, nunca digo nada que seja completamente verdade – reclamou o Tomás, sem, no entanto, se mostrar zangado.
– Completamente a verdade, é raro alguém ser capaz de dizer.
– Já estava à espera que viesses com as tuas teorias.. – Tornou o Tomás, continuando a rir-se.
– És tão previsível, pai!
– Antes assim. Pelo menos, já sabem com o que podem contar… Mas, a propósito: olha que ainda estou agradavelmente surpreendido com a tua leitura, na capela dos franciscanos! O Tomás pousou o livro na mesinha e coçou a cabeça.
– Sobre isso, o melhor é nem falar, porque, se queres saber, até agora, ainda não percebi o que aconteceu.
– Não percebeste o quê, filho?
– O que se passou comigo, naquele dia.
– De que é que estás a falar?
– Primeiro, consegui deixar-me convencer a ir à Missa… Depois, aceitei ir fazer uma leitura, eu que detesto que me ouçam ler! Para cúmulo, enganei-me, fiquei parado uma data de tempo sem atinar com aquilo e ninguém notou! Deves concordar que foi bué estranho… Fernando riu-se.
– Sabes o que deve ter sucedido? Distraíste-te um segundo, por algum motivo, e pareceu-te que tinha passado muito mais tempo. Pode acontecer a qualquer pessoa.
– Não, não! Qual segundo, qual quê?! Nem pensar! Sei perfeitamente que fiquei imenso tempo à nora e nem sei como não desisti e me vim embora a meio daquela cena!
– Estás enganado, filho. Se ninguém deu por nada é porque a tua paragem foi tão pequena que passou totalmente despercebida.
– Pronto, lá vens tu, mais uma vez, dizer que estou enganado… Okay."

In, ???

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